Sindfer-ES/MG Processa Vale para Proteger Direito ao Transporte dos Empregados
O Sindicato dos Ferroviários do Espírito Santo (Sindfer-ES/MG) tomou uma medida jurídica contra a mineradora Vale, buscando garantir o direito ao transporte dos empregados que residem em cinco municípios da região. O sindicato entrou com uma ação civil coletiva na 7ª Vara da Justiça do Trabalho, baseando-se no princípio da irredutibilidade do direito.
As 13 linhas de ônibus em questão atendem aproximadamente 300 funcionários que vivem em João Neiva, Aracruz, Ibiraçu, Fundão e Viana, deslocando-se diariamente até a planta da empresa em Vitória. Estas rotas, operando há mais de 30 anos, são consideradas pelo sindicato um benefício incorporado aos contratos de trabalho dos empregados, e não podem ser eliminadas unilateralmente.
Wagner Xavier, presidente do Sindfer, ressaltou a importância dessas linhas para os trabalhadores, afirmando que sua extinção causaria um impacto negativo significativo. A Vale comunicou aos funcionários, em 22 de abril, que a partir do segundo semestre o transporte seria oferecido apenas para aqueles que residem em Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica. Essa restrição não foi aceita pelo sindicato.
A mineradora, que já foi vista como uma mãe protetora na região, agora parece ter se transformado em uma madrasta insensível, pressionando os trabalhadores afetados a se mudarem para áreas mais próximas à planta de Tubarão, em Vitória, até o final de julho. O sindicato considerou as contrapartidas oferecidas pela empresa como insuficientes e aviltantes.
Além da ação judicial, o sindicato tem realizado manifestações e mobilizações para protestar contra a decisão da Vale. Na última semana, diretores do Sindfer realizaram uma manifestação em frente às entradas da unidade de Tubarão, paralisando as atividades da empresa por 30 minutos.
Os prefeitos das cidades afetadas também se posicionaram firmemente contra a decisão da Vale. Em um manifesto assinado pelos prefeitos de João Neiva, Fundão, Aracruz e Ibiraçu, expressaram preocupação com os impactos sociais e econômicos da medida. O prefeito de Viana não pôde assinar o manifesto, pois estava fora do Estado na semana passada.
A falta de resposta da Vale diante das solicitações de esclarecimento do A Tribuna Jornal alimenta a incerteza em torno das motivações por trás da suspensão do transporte para os trabalhadores residentes em cinco municípios da região. Enquanto o embate entre a empresa e o sindicato dos ferroviários persiste, a ausência de posicionamento oficial da Vale deixa em aberto questões sobre os impactos sociais e econômicos dessa decisão e sobre o compromisso da empresa com o diálogo e a transparência perante a comunidade afetada.
Enquanto aguardam ansiosamente por uma decisão, as famílias dos empregados afetados estão imersas em um turbilhão de incertezas e angústias. A suspensão do transporte abala a estabilidade profissional dos trabalhadores e também lança uma sombra de insegurança sobre seus lares. Cada dia sem uma resolução é um fardo emocional adicional para essas famílias, que lutam para encontrar tranquilidade em meio à incerteza. O desejo por um desfecho favorável não é apenas uma questão de emprego, mas também de esperança renovada e segurança para o futuro de todos aqueles cujas vidas são afetadas por essa situação.
Foto: Sindfer